Edições anteriores

  • Identidade e alteridade: conceitos, relações e a prática literária
    v. 1 (2008)

    Tendo em vista as noções de identidade e alteridade em debate desde pelo menos a década de 50 do séc. XX, este livro in progress estuda como algumas manifestações literárias abordam identidades sociais próprias de movimentos revolucionários terceiro-mundistas, tais como as identidades raciais e a violência. Na hoje chamada literatura marginal, ou periférica, procura os índices de concepções libertárias e igualitárias. Para tanto, analisa, nos romances e poemas propostos, como são caracterizados os pobres e os negros.O estudo dos textos literários, mais do que dos textos teóricos, resultará no nuançamento de características desta escrita, de recursos discursivos que ou bem contribuem para a valorização do excluído, ou, em diferentes matizes, e sem o querer, acabam absorvendo a ideologia dominante e repetindo os argumentos do sistema.
  • Rio-Durham (NC) - Berlim - Um diário de ideias
    v. 2 (2009)

    Como diz o seu subtítulo, Rio-Durham(NC)-Berlim é um diário de idéias. Escrito enquanto o autor fazia o doutorado nos EUA e na Alemanha, sua ambição é fazer surgir questões literárias e teóricas a partir de experiências cotidianas, com uma linguagem coloquial e a vontade de abordar, de dentro, objetos da cultura de massa e da chamada alta cultura. Tal abertura gera diversas peculiaridades: ela faz com que a linguagem comum funcione como um repositório de possíveis conceitos, que o “eu” seja ele mesmo material de leitura, e que o lugar de onde se fala adquira algo de constitutivo. Do ponto de vista de sua organização, como um diário sem datas, o texto expõe uma lógica da sedimentação, segundo a qual as diversas idéias se solidificam por meio de uma acumulação por vezes distante, mas sempre deixando bastante de sobra em relação à estrutura. Trata-se de um livro que se move entre os pólos da saudade e da alegria.
  • Claude-Gilbert Dubois - Problemas da Utopia
    v. 3 (2009)

    Esta pequena obra foi publicada pela primeira vez em 1969; destinada a dar subsídios aos candidatos à Agrégation de Lettres Modernes, concurso público de professores franceses, contém uma análise das obras do programa (Platão, A República; Thomas More, A utopia; Campanella, A Cidade do Sol; Fénelon, As aventuras de Telêmaco). Mas Problemas da utopia, de Claude-Gilbert Dubois, professor da Universidade de Bordeaux, conheceu uma importância e uma permanência maior: há nesse livro uma definição do gênero utópico que vai contra a banalização então dominante, alimentada pelo pragmatismo que reunia o conservadorismo e a esquerda. Esse estudo vem de uma quadra especial do pensamento social: o movimento de maio de 1968, cujos ecos estão nesse livro, exigia uma nova teoria da transformação social com ênfase num individualismo que se revelará mais mimetizador do anarquismo liberal do que voltado para a construção de uma vida associada solidária. Ou, talvez, num encontro dessas duas vertentes. Dubois vê a utopia como um gênero literário que reúne as dimensões mais várias do saber humano: a ética, a poesia, a história, a filosofia, a literatura, a política, a religião, a mitologia, a psicologia, a ecologia etc. A utopia possui a sua própria história, que de certa maneira é a história do inconformismo intelectual diante das formas do mundo estabelecido. Dubois localiza no plano ético a resolução do problema utópico, pois considera que todas as contradições que emanam da construção utópica correspondem ao que poderíamos definir pelas palavras humanismo e desumanização. A dimensão libertadora da utopia está no fato de que ela buscava adaptar não o indivíduo ao meio, mas o meio ao indivíduo. A prática utópica da recusa do real vem em defesa “da dignidade do homem ultrajada por uma engrenagem social que corrompe suas faculdades e impede seu completo desenvolvimento”.
  • Presença do sagrado na literatura: questões teóricas e de hermenêutica
    v. 4 (2011)

    Encontrar tempo para pensar na influência e importância do sagrado em nossas vidas pode parecer estranho, e até mesmo sem sentido em um mundo que parece cada vez mais distante de qualquer coisa que remeta a essas ideias. O que não se percebe, e este livro sublinha isso, é que as religações com uma dimensão de valores éticos, morais, espirituais e humanos dos mais elevados podem ser encontradas, com mais ou menos nuances, nas obras de arte, - e entre elas, na literatura. Os textos aqui reunidos revelam, em grandes obras literárias, das mais diversas formas com que seus autores, de forma intencional ou não, retrataram personagens, situações, ações, linguagem, que tocam o sobre-humano, sem que o texto ganhe contornos ‘doutrinários’. Tal riqueza escondida dos olhos críticos modernos precisa e deve ganhar seu espaço nas prateleiras com livros como este. Resta-me desejar ao livro e seus leitores que suas relações com o Sagrado se dêem em clima de ‘religação’ e que para esses estudos se voltem cada vez mais interessados, e que estes se aproximem entre si.Régis Augustus Bars Closel