QUEM FALA NO APOCALIPSE? A PRODUÇÃO DE SENTIDOS NA TELENOVELA APOCALIPSE EM RELAÇÃO AOS DISCURSOS CIENTÍFICO E RELIGIOSO

Resumo

A novela é um dos grandes portais midiáticos, com grande destaque em nosso país. A forte influência dessa forma artística evidencia seu papel de agente de mediação cultural, na qual muitas áreas do conhecimento se debruçaram em conhecê-la. A referência a arte na psicanálise é constante e, apesar disso, há na arte algo que é irredutível ao simbólico e é nessa hiância que nos colocaremos, pensando o desdobramento das práticas de entretenimento nos modos de viver e significar as relações sociais em meio uma nova era tecnológica. Foi olhado para o tensionamento encontrado na novela sobre a produção de sentidos de determinados discursos, servindo-se dele para reflexões. Em Triunfo da Religião (2005), Jacques Lacan aborda sobre o discurso religioso e outro científico. Assim compreendeu-se enquanto problemática a forma destes discursos e como eles operam na narrativa da novela. A obra artística Apocalipse capturou nossa atenção ao trazer uma releitura tecnológica do apocalipse bíblico e como este aconteceria na atualidade. Apoiados em princípios da Análise de Discurso materialista francesa, em nossas análises observamos a retomada por pré-construídos e efeitos de sustentação, problematizando o lugar da ciência e da fábula. Pela perspectiva psicanalítica, leu-se a cooptação do discurso científico pelo discurso religioso em sua forma padrão e em seu avesso, evidenciando o triunfo do discurso religioso como o apontado por Lacan.