“ANTES” E “DEPOIS”: O USO DE IMAGENS DE PACIENTES NA ÁREA DA SAÚDE E AS CIRURGIAS PLÁSTICAS NO FACEBOOK

The use of images of patients in healthcare and plastic surgery on Facebook

Autores

  • Camila Silveira Cavalheiro Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Fabíola Rohden Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Resumo

Este trabalho tem como objetivo investigar a produção e circulação das imagens de “antes” e “depois”, que buscam ilustrar e enfatizar mudanças ocorridas nos corpos após procedimentos estéticos, perda de peso e/ou ganho de massa muscular. O presente estudo se insere no projeto intitulado “Novas formas de circulação de conhecimento e de acesso a tecnologias biomédicas: cenários contemporâneos para transformações corporais e subjetivas”, que visa refletir sobre as transformações corporais em contextos onde a procura por procedimentos representa sobretudo uma busca pelo aprimoramento de si, com ênfase nos contornos corporais e na performance física. Para tanto, considera-se fundamental observar as interações e produção de discursos públicos em torno de tecnologias biomédicas tidas como inovadoras. No que se refere à metodologia, este trabalho tem como foco discursos sobre cirurgias plásticas, estabelecidos e veiculados entre usuários/as reunidos/as em 77 grupos da temática, na rede social Facebook. Almeja-se: a) compreender o campo das cirurgias plásticas no Brasil, a partir das expectativas e experiências dos/as pacientes; b) mapear os grupos que abordam a temática, na rede social Facebook; c) investigar o fenômeno do “antes” e “depois”; e d) mapear as controvérsias em torno do uso das imagens de “antes” e “depois” na área da saúde. A inserção nos grupos se deu em setembro de 2020 e os dados foram coletados até junho de 2021. Após acompanhamento das publicações e comentários, chegou-se a um conjunto de categorias mobilizadas e a identificação das temáticas centrais debatidas pelos/as usuários/as. Busca-se explorar não só o caráter controverso do uso das imagens de “antes” e “depois”, que remetem à produção de normativas estritas e excludentes no que se refere aos padrões corporais almejados; mas também procura-se por em cena as instabilidades envolvidas no processo de exposição dessas imagens, especialmente nas redes sociais.

Biografia do Autor

Camila Silveira Cavalheiro, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Graduanda em Ciências Sociais, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Fabíola Rohden, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Professora do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

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Publicado

2022-08-11

Edição

Seção

Artigos