O discurso da estilística na história da produção gramatical e na constituição da língua nacional

Autores

  • Élcio Aloisio Fragoso IEL/Unicamp

Resumo

Neste trabalho, procuramos, principalmente, tratar o discurso da estilística (sobre o estilo) em gramáticas brasileiras do final do século XIX enquanto um equívoco que se pode observar dada a inscrição da língua na história (o choque entre estrutura e acontecimento), relativo ao confronto entre a língua portuguesa e a língua nacional. Nesse sentido, o discurso da estilística rompia com a ordem de um discurso que vinha pela gramática, ligado à língua portuguesa tradicional. Portanto, compreendemos o discurso da estilística enquanto um lugar em que temos a formulação da língua nacional através das figuras de sintaxe. Estas figuras constituíram-se em uma referência para esta língua. O discurso da estilística representava (materializava) o lugar da construção da singularidade histórica da nossa língua. Desse modo, estávamos nos deslocando do lugar tradicional destinado ao discurso da estilística: enquanto o modo peculiar de falar e escrever que tem cada indivíduo. Esta pesquisa, então, buscou compreender o discurso da estilística no processo de constituição da língua nacional. Em relação à nossa língua, nossa análise visou contribuir com um estudo concernente à sua singularidade/individualidade, marca do político na língua que no nosso caso indicava a Individualização do Estado brasileiro. Analisamos, também, três obras de autores diferentes relativas à estilística da língua portuguesa no Brasil, no século XX: Estilística da Língua Portuguesa (1945), de M. Rodrigues Lapa, Estética da Língua Portuguêsa (1964, 2ª ed.), de Joaquim Ribeiro e Contribuição à Estilística Portuguêsa (1953, 2ª ed.), de J. Mattoso Câmara Jr. Consideramos estas obras enquanto uma produção de conhecimento sobre estilística, no âmbito da história dos estudos lingüísticos do Brasil. Dessa forma, elas indicam, respectivamente, que os estudos estilísticos realizados no Brasil, no século XX tinham como filiações a gramática tradicional (como é o caso da obra de Rodrigues Lapa), a gramática histórica (como está em Joaquim Ribeiro) e que apenas a obra de Mattoso Camara apresentava um estudo na direção dada pela Lingüística (enquanto ciência), em território nacional.

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Publicado

2010-01-26

Edição

Seção

Artigos