Os desdobramentos do olhar e da memória nos contos de Haroldo Conti

Autores

  • Giseli Cristina Tordin Unicamp

Resumo

Haroldo Pedro Conti (1925-1976?) nasceu na cidade de Chacabuco, na província de Buenos Aires. Conti teve sua produção literária interrompida quando foi sequestrado no começo da ditadura militar argentina. Ainda hoje figura na lista de desaparecidos políticos. Devido a este histórico, é comum a fortuna crítica realizar uma leitura da obra de Conti enfatizando mais o viés político e menos o estético. Na tentativa de expandir as leituras da obra de Haroldo Conti, o objetivo deste artigo é evidenciar alguns resultados obtidos na dissertação, em especial uma parte da análise comparada entre os contos de Conti e os contos brasileiros. As narrativas “A terceira margem do rio” (Guimarães Rosa), “As voltas do filho pródigo” (Autran Dourado) e “Frio” (João Antônio) permitiram uma maior compreensão daquilo que move as personagens contianas e como estas constroem o “esforço por existir”. Para realizar esta “descoberta de si”, elas precisam aprender a enxergar, a partir do outro, a presença de um mundo antes não sensível aos olhos. Através das “pequenas percepções” que se instalam gradualmente nestas personagens, elas tentam recuperar não apenas o espaço-tempo que ficou para trás, senão o encontro com o outro: um encontro que não se deu em vida e que tem, através da memória, a última chance de ocorrência.

Downloads

Publicado

2012-03-27

Edição

Seção

Artigos