JANUÁRIO GARCIA LEAL – O LENDÁRIO VINGADOR MINEIRO RECONSTRUÍDO NAS DIVERSAS VOZES NO DOCUMENTÁRIO O SETE ORELHAS: HERÓI BANDIDO, DE BRUNO MAIA

Resumo

Nesta comunicação, pretende-se mapear as diversas vozes nos recortes de cenas que permeiam o documentário O Sete Orelhas: Herói Bandido, dirigido e montado por Bruno Maia (2012). A história de Januário Garcia Leal é narrada por meio de relatos de diversos enunciadores. Segundo esses enunciadores e documentos apresentados no documentário, a história aconteceu no século XIX, envolvendo duas famílias, os Silva e os Garcia, que se desentenderam devido à marcação das divisas de suas propriedades. Por essa razão, os sete irmãos Silva esfolaram João Garcia e o deixaram dependurado numa figueira até vir a falecer. O irmão de João Garcia, Januário Garcia Leal, vingou a sua morte assassinando cada um dos irmãos Silva e construiu um colar de orelhas com uma orelha de cada uma de suas vítimas. Por isso, passa a ser conhecido como O Sete Orelhas. Instiga-nos, ainda, a discutir as estratégias polifônicas e as relações dialógicas entre os enunciados Nesse cenário, amparando-nos numa perspectiva Bakhtiniana e em seu Círculo, na qual defende a coexistência de inúmeros enunciadores e narrativas, almejamos examinar como os diferentes relatos postos no documentário, (re) constroem, a imagem de Januário Garcia Leal como “herói” e/ou como “bandido”. Este estudo será de natureza qualitativa, com procedimentos analíticos linguístico-discursivos. No documentário em análise, consideramos que cada personagem é um sujeito que mantém sua individualidade marcada pelo papel que desempenha e que participa do grande diálogo, mantendo sua voz e sua consciência com as demais. As personagens vão se definindo no diálogo com outros sujeitos-consciências. PALAVRAS-CHAVE: O Sete Orelhas. Vozes. Discurso polifônico.