Por uma leitura não-universal de Guimarães Rosa: hibridismo e subversão em Sarapalha
Resumo
O presente trabalho visa analisar o conto Sarapalha, de João Guimarães Rosa, a partir de uma articulação teórica que questiona a problemática – embora frequente – afirmação de um suposto caráter “universal” nos textos do autor. Em acordo com Melo (2014a), propõe-se que o conceito de universalidade, amplamente utilizado como adjetivo qualificador para a obra de Rosa, disfarça sob o signo do “universal” características, temas e motivos particularmente próprios ao cânone literário e filosófico ocidental – proveniente, por sua vez, de uma região muito específica do globo. Demonstrando ser tão regional quanto os regionalismos que visa desclassificar, o universal é visto aqui como sinônimo de eurocêntrico e, nesse sentido, Sarapalha se apresenta como um texto chave, capaz de nos fornecer uma série de questões matriciais para repensar e reavaliar a própria tradição dos estudos literários no Brasil.Downloads
Publicado
2019-04-08
Edição
Seção
Artigos