RISCOS, APRIMORAMENTO E INOVAÇÃO: ANÁLISE EM TORNO DA MODULAÇÃO HORMONAL EM UM GRUPO NO FACEBOOK
Autores
Camila Silveira Cavalheiro
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Palavras-chave:
Tecnologias biomédicas. Circulação do conhecimento. Medicina anti-aging. Aprimoramento de si.
Resumo
O presente estudo se insere dentro do projeto intitulado “Novas formas de circulação de conhecimento e de acesso a tecnologias biomédicas: cenários contemporâneos para transformações corporais e subjetivas”. Visa refletir sobre as transformações corporais em contextos onde a procura por procedimentos representa sobretudo uma busca pelo aprimoramento de si, com ênfase nos contornos corporais e na performance física. Para tanto, considera-se fundamental observar as interações e produção de discursos públicos em torno de tecnologias biomédicas tidas como inovadoras. Almeja-se compreender: a) o campo da modulação hormonal, dos hormônios bioidênticos e da medicina anti-aging no Brasil; b) as disputas entorno do que seriam aspectos mais “naturais” ou “artificiais”, associado ao seu caráter de inovação; c) as consequências disto em termos de saúde, riscos e aprimoramento, e d) a circulação e divulgação do conhecimento referente aos recursos tecnocientíficos, em especial farmacológicos (hormonais), destinados ao aprimoramento corporal. Este trabalho tem como foco discursos sobre hormônios bioidênticos e modulação hormonal, estabelecidos e veiculados entre usuários/as reunidos/as em um grupo da temática, na rede social Facebook. A inserção no grupo se deu em outubro de 2019 e os dados foram coletados até maio de 2020. Após leitura de todas as publicações e comentários, chegou-se a um conjunto de categorias mobilizadas, à identificação dos principais atores e a diversos tópicos que, de forma recorrente, são debatidos pelos usuários/as. Concluiu-se que argumentos e valores associados às noções de “inovação”, “investimento” e “natural x artificial” são eixos centrais para compreender este campo. Em relação às formas de comunicação empregadas pelos/as produtores/as de conhecimento biomédico, foi possível observar uma presença expressiva de profissionais nas redes sociais, divulgando os tratamentos oferecidos através de vídeos, textos, fotos e dos grupos de pacientes.