A PRODUÇÃO DA VACINA DA COVID-19: UM OLHAR PARA O DISCURSO DE ANSIEDADE VEICULADO PELAS NOTÍCIAS DE JORNAL

Autores

  • Alberto Lopo Montalvão Neto Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
  • Flávia Novaes Moraes Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
  • Wanderson Rodrigues Morais Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

Palavras-chave:

Discurso de ansiedade. Mídia. Jornalismo. Pandemia da Covid-19.

Resumo

O objetivo desse artigo é refletir sobre as notícias que circularam a respeito da produção da vacina para o enfrentamento da Covid-19, dado o contexto pandêmico atual, de modo a compreender os discursos e as redes de sentidos às quais essas materialidades se filiam. Partimos da consideração de que, na atualidade, uma das questões (socio)cientificas em alta é aquela que diz respeito à pandemia ocasionada pela Sars-CoV-2, gerando um fluxo contínuo de notícias veiculadas na mídia sobre seus diferentes aspectos e influenciando na formação de identidades e nos processos de subjetivação dos sujeitos. Nos apoiamos em aportes teórico-metodológicos da Análise de Discurso de vertente franco-brasileira, mais precisamente em Michel Pêcheux e seus colaboradores e em Eni Orlandi. Também refletimos sobre o agenciamento do “medo do medo” enunciada por Courtine (2016), a qual compreendemos enquanto um discurso de ansiedade presente em discursos jornalísticos. Por meio da análise de três recortes de notícias da Folha de São Paulo, observamos que os mecanismos de linguagem utilizados pelo jornal geram efeitos discursivos que se relacionam aos discursos de ansiedade, de modo que as reportagens jornalísticas são escritas para descrever um cenário que dá ênfase às expectativas de uma possível cura, remetendo-se ainda a um discurso bélico de “combate” ao vírus, em que esses aspectos por vezes imperam mais do que a própria busca por informar à população sobre as questões (socio)científicas que se relacionam à pandemia da Covid-19.

Biografia do Autor

Alberto Lopo Montalvão Neto, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

Doutorando em Educação pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Mestre em Educação Científica e Tecnológica pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC (2016). Licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de São Carlos - UFSCar/Sorocaba e pela Universidade de Coimbra/Portugal (2013). Licenciado em Pedagogia pela Faculdade IBRA (2021). Membro do Grupo de Estudo e Pesquisa em Ciência e Ensino (gepCE) e do Grupo de Educação em Ciências e Biologia (GECIBIO).

Flávia Novaes Moraes, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

Doutoranda em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Mestre em Biotecnologia pela Universidade de São Paulo -  USP (2001). Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP/Rio Claro (1998) e em Pedagogia pela UNICAMP (2014). Membro do Grupo de Estudo e Pesquisa em Ciência e Ensino (gepCE).

Wanderson Rodrigues Morais, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

Possui Graduação em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP (2013) e Mestrado em Educação para a Ciência pela UNESP (2016). Doutor em Ensino de Ciências e Matemática pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP (2021). Licenciado em Pedagogia pela Faculdade IBRA (2021). Membro do Grupo de Estudo e Pesquisa em Ciência e Ensino (gepCE).

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Publicado

2021-10-29

Edição

Seção

Artigos