BANCA DA CIÊNCIA NO PRESÍDIO: UMA EXPERIÊNCIA DE DIFUSÃO CIENTÍFICA E EDUCAÇÃO NÃO FORMAL EM ESPAÇOS DE PRIVAÇÃO DE LIBERDADE

Autores

  • Ana Paula Moreira Alves Universidade Federal de São Paulo
  • Marina Savordelli Versolato
  • Emerson Izidoro dos Santos

Palavras-chave:

Divulgação Científica, Educação Não-Formal, Educação de Jovens e Adultos, Educação Prisional.

Resumo

O projeto Banca da Ciência (BC) foi desenvolvido por professores da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) como uma proposta interdisciplinar de intervenções não-formais de comunicação dialógica e crítica da Ciência para crianças, adolescentes, adultos e idosos em espaço educativo escolar e não-escolar. O projeto BC trabalha com a difusão científica de forma interativa e dialógica visando aproximar seus participantes do conhecimento científico e proporcionar-lhes a reflexão. A BC busca levar a espaços não específicos de exposição aspectos da experiência vivida por visitantes de museus e centros de ciências, como uma iniciativa de levar a prática a um público mais amplo do que o que costuma visitar as instalações centralizadas. Como no caso, levamos o projeto para os educandos privados de liberdade em regime fechado na Penitenciária José Parada Neto em Guarulhos, com o objetivo de aproximar esse público da ciência, a partir de experimentos científicos confeccionados com materiais de baixo custo. A apresentação teve como finalidade, não só levar a ciência para um contexto onde a educação formal ainda é recente, mas também mostrar aos educandos como a ciência faz parte do seu cotidiano e que eles carregam saberes populares e experiências empíricas ricas de conhecimentos sobre ciências da natureza. Foi possível observar que, quando inseridos em um ambiente de educação não-formal interativo como a Banca da Ciência, ocorre o processo de construção de ideias sobre as ciências da natureza e as possíveis relações desses conhecimentos com o cotidiano dos visitantes favorecendo a aproximação deles com os assuntos científicos, colaborando com o processo de difusão científica. Por meio das falas dos educandos tivemos indícios objetivos de que a difusão científica tem o papel de contribuir para ampliação do acesso ao conhecimento sistematizado, elaborado pela ciência, e assim buscar garantir a aproximação da ciência com a população, independente do estrato social a que essa população pertence. Democratizar o acesso à ciência é também uma forma de aumentar o acesso das populações mais marginalizadas à ciência.

Biografia do Autor

Ana Paula Moreira Alves, Universidade Federal de São Paulo

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de São Paulo, campus Guarulhos.

Publicado

2020-06-25

Edição

Seção

Relatos de Experiências