Dentre as muitas mudanças políticas e econômicas ocorridas no Brasil desde o início da colonização portuguesa, uma ideia se mantêm: a predestinação desta pátria em se tornar o país do futuro. Com as políticas de industrialização de Vargas e Kubitschek, esse pensamento ganhou impulso, tendo atingindo seu auge durante a ditadura militar, para cair no ostracismo nas décadas seguintes; e ser trazido de volta, atualizado, durante os anos do governo petista. Tendo em vista que discursos políticos integram e influenciam a cultura da mídia, e a maneira específica do gênero ficção científica em operar que, segundo Fredric Jamenson, desfamiliariza e reestrutura nossas experiências do presente, proporcionando novos pontos de vista; este artigo é um recorte de um trabalho maior que busca na filmografia brasileira recente de ficção científica, representações da modernidade e do mito da “grande nação brasileira”, com o objetivo de analisar se as obras cinematográficas refletiram esse discurso. Aqui, é feita uma análise do curta-metragem “Nada Consta”, de 2007, com uma metodologia que une análise fílmica à semiótica de Greimas.