ARGUMENTOS PARA UMA PERSPECTIVA DISCURSIVA DA PARÓDIA A PARTIR DA TEORIA DA SEMÂNTICA GLOBAL

Autores

  • Filipo Figueira Universidade Estadual de Campinas/Aluno de Mestrado em Linguística

Resumo

Este texto é parte de uma pesquisa que visa compreender os sentidos construídos sobre o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff por um portal de desnotícias (“notícias falsas” ou “satíricas”), o The Piauí Herald. Neste artigo, pretende-se apresentar as bases para uma teoria discursiva da paródia. Leva-se em conta, no horizonte da produção desses efeitos de sentido, sua relação com o campo e discurso jornalístico. Para este objetivo, em primeiro lugar apresentou-se as teorias de dois teóricos distintos e influentes nos estudos da paródia: M. Bakhtin e L. Hutcheon. Em seguida, destacou-se os pontos positivos de ambas as teorias, e, em maior destaque, onde essas teorias são insuficientes para explorar a paródia para além de uma relação texto-a-texto, mas, como é o caso das desnotícias, discurso a discurso. Enfim, apresentou-se a teoria discursiva de D. Maingueneau, especificamente sua proposição sobre o interdiscurso, dando destaque ao conceito de simulacro. Propôs-se, finalmente, que a paródia, analogamente ao simulacro, funciona como uma imitação, que incorpora e modifica a semântica global do discurso que parodia, fazendo-o funcionar em uma outra chave, sem, no entanto, desvincular-se completamente dele.

Biografia do Autor

Filipo Figueira, Universidade Estadual de Campinas/Aluno de Mestrado em Linguística

Graduado em Licenciatura em Letras – Português pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) em 2016, tendo participado do Programa de Iniciação Científica subsidiado com Bolsa da FAPESP (2015-16). Atualmente é aluno de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Linguística do Departamento de Linguística da mesma universidade. Sua área de estudos concentra-se na Análise do Discurso e nos estudos sobre o humor.

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Publicado

2018-06-17