Coitas e coitos em razão: discursos sobre pecado e confissão
Resumo
Partindo do conceito bakhtiniano da dialogia, esse artigo discute sobre como os discursos sobre o sexo, o pecado e a mulher foram se constituindo no ocidente ao longo da história, desde a Grécia antiga, até o século XII, quando ressurgiram os textos clássicos e uma nova forma de amor foi inventada: o amor cortês. Para tanto, aqui é analisado o Tratado do Amor Cortês de André Capelão, clérigo da corte de Champagne, que condensa os vários discursos sobre o sexo e as mulheres, a eles respondendo, polemizando ou pactuando, fornecendo aos discursos que o sucederam um novo discurso com o qual polemizar ou pactuar. Nesse afã, entramos em contato com os discursos da filosofia grega que criaram um novo mundo, sustentado na razão, que extirpava de si o prazer; discursos esses que legavam ao homem o cuidado de si, de sua vida, de sua alma e de seu corpo. Vemos também como esses discursos são compactuados pela Igreja que os transforma aos seus desígnios e assume para si o cuidado de si dos homens, criando técnicas e saberes para exercer seu poder que foi consolidado, por fim, com a confissão obrigatória e com a criação do Santo Ofício.Downloads
Publicado
2007-11-28
Edição
Seção
Artigos