DENTRO DO EU E DO MUNDO: MODOS DE REPRESENTAR A HISTÓRIA NO ROMANCE DE 30
Resumo
Propomos, neste artigo, mostrar o andamento do nosso projeto de doutorado. Ele tem como objetivo apresentar a diversificação formal de composição dos romances de 30 por meio de conceitos da crítica dialética e de uma exegese minuciosa do texto literário, procurando, ainda, identificar o subtexto histórico-social – nas narrativas de abertura introspectiva – e ontológico – nas prosas mais rentes ao chão-social – nas obras do nosso corpus. É importante frisar que, para nós, o subtexto ontológico também é histórico, uma vez que o eu nunca está ausente dos movimentos complexos do tempo social. O nosso corpus é composto por quatro romances: Calunga (1934), de Jorge de Lima, São Bernardo (1935), de Graciliano Ramos, Navios iluminados (1937), de Ranulfo Prata e O amanuense Belmiro (1937), de Cyro dos Anjos. A ideia é, a partir de uma interpretação negativa (no sentido dialético) dos textos, desenredá-los de miradas pautadas em noções ideológicas, muito presentes na década de 30 e que foram sedimentadas ao longo dos anos. A fim de justificar que uma hermenêutica a contrapelo dessas obras, através de um exame detido das categorias da narrativa, é exequível, decidimos indicar, brevemente, três chaves de leitura, em que há a imbricação de estudos concernentes tanto à História quanto ao sujeito (ou à história do sujeito) que norteiam as nossas análises: a) o contato com o outro; b) os deslocamentos espacio-temporais; c) a poética da negatividade, centrando-se, principalmente, na figuração da melancolia. Palavras-chave: Romance de 30. Formas narrativas. O outro. Deslocamentos. Melancolia.Downloads
Publicado
2019-10-07
Edição
Seção
Artigos