O UNIVERSO PARTICULAR DE PEDRO NAVA
Palavras-chave:
Literatura Brasileira, Pedro NavaResumo
RESUMO: A crítica que se ocupa das Memórias de Pedro Nava tem realçado, como traço marcante de sua composição, o dom de transformar a vida individual, terreno próprio da autobiografia, em matéria universal, de alcance coletivo. Para Antonio Candido, tal fenômeno se explica, sobretudo, por um efeito estilístico. Davi Arrigucci Jr. compreende-o como uma necessidade de autoconhecimento que inclui, necessariamente, a compreensão da cultura brasileira da qual o narrador faz parte. José Maria Cançado expande tais considerações ideologicamente, enxergando em Nava a recusa à delimitação de classe e de clã em favor de uma adesão solidária ao outro. Este artigo sugere a viabilidade do raciocínio inverso ao descrito, ou seja, realça a permanência do particular no geral como traço das Memórias de Pedro Nava. Três aspectos da obra embasam essa interpretação: o uso da cultura geral como estratégia de autolegitimação moral e literária, a contaminação do espaço urbano pela perspectiva individual e o juízo político freqüentemente assentado em conveniências pessoais, numa reprodução da confusão entre público e privado freqüentemente atribuída à cultura brasileira. ABSTRACT: The criticism occupied of Pedro Nava’s Memórias has called the attention to the gift of turning the individual life, proper place for autobiography, into universal matter, of collective understanding. This paper suggests the feasibility of the inverse thought; in other words, suggests the permanence of the particular in the general as characteristic of Pedro Nava’s Memórias. Three aspects of his work support such interpretation: the use of culture in general as a strategy of moral and literary self-legitimation, the urban space contamination by the individual perspective and the political judgment frequently based on personal conveniences.Downloads
Publicado
2008-11-05
Edição
Seção
Artigos