Estudo enunciativo das designações da palavra vagina em textos de divulgação de conhecimento sobre a anatomia feminina

Autores

  • Pamella Opsfelder de Almeida Universidade Estadual de Campinas

Resumo

Embasando-se na Semântica do Acontecimento de Eduardo Guimarães (2017, 2018), este artigo se propõe a analisar as reescriturações da palavra vagina nos enunciados de cinco textos disponíveis na internet e que se pretendem informativos sobre a anatomia feminina. Por meio da contextualização histórica de Laqueur (2001) e das noções de Foucault (2002) a respeito do poder de dominação do discurso, verifica-se que as reescriturações da palavra vagina remetem a uma história de enunciação da indistinção semântica, que, no corpus, caracteriza-se pela interdição dessa palavra, referida por metáforas e eufemismos. Além disso, observa-se que essas reescriturações tendem a totalizar ou condensar os órgãos genitais femininos na palavra vagina, de modo a transferir para ela propriedades de outros órgãos, como o clitóris, de maneira a subordinar o prazer sexual da mulher ao estímulo vaginal e, assim, pedagogizar a sexualidade feminina.

Biografia do Autor

Pamella Opsfelder de Almeida, Universidade Estadual de Campinas

Graduanda no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), com trabalhos no Departamento de Linguística, na área de Semântica.

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Publicado

2019-04-08