Estudo enunciativo das designações da palavra vagina em textos de divulgação de conhecimento sobre a anatomia feminina
Resumo
Embasando-se na Semântica do Acontecimento de Eduardo Guimarães (2017, 2018), este artigo se propõe a analisar as reescriturações da palavra vagina nos enunciados de cinco textos disponíveis na internet e que se pretendem informativos sobre a anatomia feminina. Por meio da contextualização histórica de Laqueur (2001) e das noções de Foucault (2002) a respeito do poder de dominação do discurso, verifica-se que as reescriturações da palavra vagina remetem a uma história de enunciação da indistinção semântica, que, no corpus, caracteriza-se pela interdição dessa palavra, referida por metáforas e eufemismos. Além disso, observa-se que essas reescriturações tendem a totalizar ou condensar os órgãos genitais femininos na palavra vagina, de modo a transferir para ela propriedades de outros órgãos, como o clitóris, de maneira a subordinar o prazer sexual da mulher ao estímulo vaginal e, assim, pedagogizar a sexualidade feminina.Downloads
Publicado
2019-04-08
Edição
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Artigos