Os nomes da Língua do Brasil no Museu da Língua Portuguesa: uma questão política

Autores

  • José Simão da Silva Sobrinho IEL/Unicamp

Resumo

Neste artigo, analisamos, na perspectiva da História das Idéias Lingüísticas, associada à Análise de Discurso, os efeitos de sentidos produzidos pelos modos como a língua nacional do Brasil é designada no Museu da Língua Portuguesa. Para compreender esses efeitos de sentidos, expusemos as designações para a língua nacional do Brasil em funcionamento no referido museu ao não-dito, ao silêncio que as constitui. São estas as designações analisadas: “Língua Portuguesa” e “Português”. Em alguns enunciados, elas são saturadas por “do Brasil” e “brasileiro”, respectivamente. Apesar dessa especificação, estamos compreendendo, até este momento, que o museu (re)produz a unidade imaginária da Língua Portuguesa. A designação da língua nacional do Brasil como Língua Portuguesa está sujeita a ambigüidades, equívocos, contradições. Há um jogo na referencialidade desse nome: ele refere tanto a identidade lingüística do Brasil quanto a língua da colonização. O processo de designação observado (re)produz a unidade imaginária da língua e do Estado brasileiro e, ao mesmo tempo, a unidade imaginária da lusofonia.

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Publicado

2011-01-04

Edição

Seção

Artigos