O funcionamento semântico-enunciativo do nome próprio

Autores

  • Érica Karine Ramos Queiroz IEL/Unicamp

Resumo

A partir da observação das várias maneiras que o atual presidente da República é nomeado em notícias televisivas de emissoras brasileiras, questionamos sobre o funcionamento semântico-enunciativo das reescriturações para o nome próprio Luís Inácio Lula da Silva. As reescriturações funcionam como efeito de escrita, não redundância, susbstitutibilidade? E como significam produzindo memória, construindo sentidos outros que não os aparentemente evidentes? Lula funciona como prenome, alcunha, sobrenome? Para responder tais questionamentos, colocamo-nos diante de um conjunto de saberes da linguagem relativos ao funcionamento do nome próprio para assim observarmos as especificidades da materialidade em análise neste artigo. A partir análise semântico-enunciativa tecida, concluímos que a (re) nomeação Luiz Inácio da Silva por Luiz Inácio Lula da Silva movimenta sentidos que singularizam a nova nomeação, o acontecimento enunciativo, inscrevendo sua relação histórica, política e social com o mundo. Logo, o apelido de infância Lula se significa como nome-apelido Lula na medida em que passa do estatuto de ilegitimidade do hipocorístico para o da legitimidade ao ser introduzido, juridicamente, por uma necessidade de marketing eleitoral. Este nome-apelido produz identificações sociais para um sujeito militante, político do ABC, que o nome Luiz Inácio da Silva não produz porque o nome-apelido recorta outros memoráveis.

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Publicado

2011-01-04

Edição

Seção

Artigos