‘Tão jovem e tão verdadeira’ a figura da parrhesia em Rei Lear

Autores

  • Régis Augustus Bars Closel IEL/Unicamp

Resumo

O presente artigo tem como objetivo analisar em especial a primeira cena do primeiro ato da tragédia King Lear de William Shakespeare sob o ponto de vista do discurso-franco, a Parrhesia, conforme o entendimento de Michel Foucault sobre esse conceito. Ao negar o tratamento bajulador na primeira cena, Cordélia, a filha mais jovem e querida de Lear, abre as portas para a compreensão de problemas que o soberano não consegue compreender. Além da bajulação, existe a dimensão da mortalidade, dos corpos do rei e da abdicação. O seu discurso é simples, porém de imensa profundidade, incita o rei a cometer os erros que lhe custarão muito para entender, e é nesse caminhar que os aspectos dessa leitura apontam algumas luzes sobre as possíveis intenções da filha mais jovem ao inesperadamente romper com as expectativas do pai. A aplicação dessa ótica dentro da obra é sustentada por embasamentos na filosofia de Michel de Montaigne, a leitura psicanalítica de Freud sobre “Os três escrínios” e as definições teológicas e políticas da Era Tudor sobre a divisão dos dois corpos do Rei descrita por Kantorowicz. Este estudo situa-se dentro da investigação das possíveis fontes para Shakespeare, neste são trabalhadas suas relações com Montaigne.

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Publicado

2011-01-04

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Artigos