Intervenção da escrita: a questão da língua do Brasil em “O indígena na formação da família brasileira” por Gilberto Freyre em Casa Grande & Senzala

Autores

  • Wilton James Bernardo-Santos IEL/Unicamp

Resumo

O trabalho se inscreve junto ao projeto história das ideias linguísticas atento aos processos de constituição da lingüística no brasil. Nessa direção, a objetiva da análise concentra-se na intervenção da escrita (Bernardo-santos, 2008), sobretudo, nos efeitos de sentido de seu aspecto gráfico na relação com o espaço enunciativo. Do entorno de fundação das primeiras universidades nos anos de 1930, publicações e republicações de especialistas e não-especialistas são estudadas no que toca ao jogo político-enunciativo no debate sobre “a questão da língua no Brasil”. A partir de uma concepção materialista da linguagem em que pesa sua dimensão histórica pela via dos estudos da significação-enunciação (Guimarães, 1989, 1995, 1996, 2002), as obras são estudadas como parte da instrumentação documental escriturada pelo processo de gramatização, efeito da razão gráfica no português no Brasil (Auroux, 1992; 1998). A “papelada” é então compreendida como exterioridade própria do simbólico (Rancière, 1994). Nessa ordem, o que constitui o sujeito histórico-enunciativo são efeitos de sentido da escrita. Por essa investida, trazemos uma análise de Casa Grande & Senzala (1933) de Gilberto Freyre no capítulo 2 “o indígena na formação da família brasileira” onde a relação entre línguas no Brasil é apagada na textualidade (Orlandi, 2001) pela intervenção da escrita.

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Publicado

2011-01-04

Edição

Seção

Artigos