O HERMAFRODITA COMO ALEGORIA POLÍTICA NO SÉCULO XVII FRANCÊS

Autores

  • Ana Cláudia Romano Ribeiro IEL-Unicamp

Resumo

Em 1676 Gabriel de Foigny publica, em Genebra, A Terra Austral conhecida. Esta utopia literária é habitada por seres perfeitos, física e espiritualmente andróginos, chamados por Foigny de “hermafroditas”. Tópica mitológica e ficcional, esta figura híbrida está presente ao longo da história em textos filosóficos, teológicos, alquímicos, nas imago mundi e nos relatos de viagem. No século XVII francês ela é particularmente recorrente nas utopias, de 1605 a 1676. Interessa-me nesta comunicação apontar para uma interpretação do hermafrodita como alegoria, partindo da utopia de Foigny. Para tanto, levo em conta o simbolismo do hermafrodita em geral, o período histórico em que Foigny viveu e tomo como pressuposto o fato de as formas simbólicas serem a expressão de dada realidade política, social e religiosa. Parto da hipótese segundo a qual a recorrência da figura do hermafrodita como motivo no século XVII francês indica a recorrência de uma dada situação política, social e religiosa.

Biografia do Autor

Ana Cláudia Romano Ribeiro, IEL-Unicamp

Ana Cláudia Romano Ribeiro faz seu doutorado no Departamento de Estudo Literários do Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) onde prepara, sob a orientação do professor Carlos Eduardo Ornelas Berriel e com o apoio da FAPESP e da CAPES, a tradução para o português e o estudo da utopia francesa "La Terre Australe connue" (1676), de Gabriel de Foigny. Em seu trabalho de mestrado realizado na mesma instituição e sob a mesma orientação, traduziu para o português e analisou "L’isle des Hermaphrodites" (1605). Participa dos grupos de pesquisa Utopia e Renascimento e U-TOPOS, é co-editora da revista MORUS – Utopia e Renascimento e publicou vários artigos sobre o tema utópico.

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Publicado

2010-05-02