TRADUTOR(A) IN MEMORIAM: USO DE MEMÓRIAS DE TRADUÇÃO

Autores

  • Mariana Ormenese Dias

Resumo

Este artigo visa fomentar a discussão sobre a Tradução Técnica e o uso das Memórias de Tradução nesse nicho de mercado, prática bastante difundida devido à facilidade da criação instantânea desses arquivos nas CAT Tools ainda durante o processo de tradução, podendo ser uma criação inclusive colaborativa, online, de aplicabilidade imediata. Uma Memória é uma espécie de banco de dados que armazena "segmentos" de texto, sendo hoje a base dos trabalhos técnicos feitos em grande escala e um dos principais controles sobre a produtividade do tradutor. Os aproveitamentos desses segmentos alteram o processo de criação durante a tradução e o controle da consistência, além de aumentar a padronização dos textos. Muitas vezes, a fragmentação verificada em textos técnicos traduzidos resulta de aproveitamentos de memórias de trabalhos anteriores, nos quais não há menção de autoria, explicitando uma invisibilidade do tradutor, que ainda é pouco discutida na área técnica, em especial quando os textos são traduzidos por intermédio de uma agência de traduções. Mediante as reflexões apresentadas, questionamos, por exemplo: quanto o controle dos aproveitamentos por porcentagem e das correspondências parciais de memória influencia no estilo próprio dos tradutores e nos ganhos referentes a cada trabalho? Ou ainda: colocar segmentos em porcentagem de equivalência é mais um fator de apagamento profissional? Enquanto vemos a tecnologia e a automatização do trabalho de tradução ganhando cada vez mais força, vemos também a necessidade de refletir o modus operandi do universo da tradução técnica no Brasil.

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Publicado

2018-06-26