A HIPÓTESE DE CRISE DO ROMANCE

Autores

  • Renan Salmistraro Unicamp

Resumo

Os discursos sobre a crise do romance repercutiram pelo século XX em praticamente todas as tradições literárias ocidentais, entre críticos e escritores. Este artigo dedica-se a duas vertentes principais desses discursos: a vertente francesa, que é uma das mais profícuas já que atinge diretamente a capacidade epistemológica do romance, sustentada pela ideia de crise do realismo; e a vertente alemã, apoiada na hipótese de uma crise da narrativa. O que há para destacar nesses discursos sobre a crise do romance, tanto naqueles que partem da crise do romance realista, quanto naqueles sobre a crise da narrativa, é sua confluência no sentido de atribuir ao indivíduo isolado a responsabilidade pela forma caótica ou imprecisa do romance, bem como pelo enfraquecimento das categorias estéticas. Há por trás de cada um desses discursos uma definição implícita do que seria o romance, mas nenhuma permanece inteiramente baseada na singularidade de seu desenvolvimento histórico. É preciso, portanto, rever de forma mais detalhada esses dois discursos chave que sustentaram as principais hipóteses sobre a crise do romance no século XX para saber se, caso exista realmente uma crise, quais são seus termos reais.

Biografia do Autor

Renan Salmistraro, Unicamp

Doutorando em Teoria e História Literária.

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Publicado

2018-06-25