NEGAÇÃO E AFIRMAÇÃO DA PALAVRA POÉTICA EM INVENÇÃO DE ORFEU, DE JORGE DE LIMA

Autores

  • Suene Honorato Universidade Estadual de Campinas

Resumo

Invenção de Orfeu, obra do poeta Jorge de Lima, se apresenta ao leitor como um poema pontuado de ambiguidades, principalmente em relação à própria poesia: ora afirma o poder fundante da palavra poética, ora o nega. Neste texto, apresento um comentário sobre tal oscilação, a começar pela referência a Orfeu. Na sequência, ofereço um detalhamento da questão a partir de trechos da obra, observando: 1) a crença no poder fundante da palavra poética como desdobramento da metáfora religiosa apoiada na mitologia bíblica; 2) a negação da palavra poética, ainda apoiada na metáfora religiosa, segundo a qual o poeta-personagem é um descendente de Adão e, portanto, incapaz de imitar a atitude do criador; e 3) a realização poética que resulta dessa tensão, em referência ao tempo em que a obra é produzida.

Biografia do Autor

Suene Honorato, Universidade Estadual de Campinas

Departamento de Teoria e História Literária, Área de Literatura Brasileira.

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Publicado

2011-12-02