Religião e Medicina nos Remedia Amoris de Ovídio

Autores

  • José Carlos Vicentini Moura Universidade Estadual de Campinas

Resumo

Resumo: Este artigo faz parte de uma pesquisa em fase ainda inicial que busca investigar, crítica e historicamente, dois elementos substanciais presentes no que teria sido o último poema de juventude do poeta latino Ovídio, os Remédios para o amor (Remedia amoris), a saber: a religião e a medicina. Como o propósito do poema seja o de oferecer a cura para um amor que se tenha tornado nocivo, o poeta assume a persona não apenas de um poeta-professor (que incorporara na Arte de Amar), mas também de um vate-médico. Para isso, o eu-poético se coloca em uma posição intermediária entre o amante enfermo, a quem promete curar, e os deuses, a quem justifica seus intentos e pede ajuda para perfazê-los. Como consequência, ocorrem por todo o poema vários termos, formas e noções que aludem tanto à esfera da medicina de sua época quanto à esfera do culto religioso romano. No presente estudo, após apresentar o eu-poético especificamente constituído no poema em apreço, passamos a observar sua inserção genérica híbrida, a poesia erotodidática, e em seguida tecemos breves considerações sobre ambas as esferas. Por fim, à luz do contexto cultural da época augustana, tecemos considerações sobre a empresa poética do autor.

Biografia do Autor

José Carlos Vicentini Moura, Universidade Estadual de Campinas

Instituto de estudos da linguagem, linguística.

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Publicado

2019-04-08