Cupido e Psiquê: curiositas, sofrimento e redenção nas metamorfoses de Apuleio

Autores

  • Rayana da Costa Teles Barreto

Resumo

A história de “Cupido e Psiquê” por muitos é considerada mera digressão na obra de que faz parte, as Metamorfoses (Metamorphoseon) de Apuleio (125-170? d.C). Contudo, nossa hipótese é de que tal relato pode remeter à própria experiência de Lúcio, narrador e protagonista das Metamorfoses. Essa remissão se daria por meio de aspectos narratológicos complexos, marcando a relação do episódio com o enredo da obra em sua totalidade. Para investigar tal hipótese, na esteira de Conte (1994) e de Teixeira (2000), destacamos como central à narrativa uma característica de Lúcio e Psiquê: sua curiosidade (curiositas). A análise de breve amostra de excertos das Metamorfoses permite constatarmos que a curiosidade levará cada um dos personagens não somente às desventuras que são submetidos, mas também, paradoxalmente, à expiação de ambos. Isso indica que a narrativa de Cupido e Psiquê pode, pois, ser considerada uma chave de leitura para uma interpretação aprofundada das Metamorfoses.

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Publicado

2018-08-09